Tipos de Extintores de Incêndio
Publicado por INBRAEP em 14 de abril de 2020
Você conhece os diferentes tipos de extintores de incêndio? A finalidade de um extintor é combater, de maneira imediata, os focos de incêndios. Os extintores não substituem os grandes sistemas de extinção e devem ser usados como equipamentos para extinguir os incêndios no início, antes que se torne necessário lançar mão de maiores recursos.
Agentes Extintores
Pó Químico
O pó químico é conhecido por sua eficiência na extinção de incêndios envolvendo líquidos inflamáveis, podendo ser utilizado também em alguns equipamentos elétricos. No entanto, não é muito eficiente na extinção de fogo Classe A. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo “Pó Químico Seco Especial”.
O uso do Pó Químico também é muito eficaz para a extinção de chamas provenientes dos cilindros de gases comprimidos. Entretanto, é necessário estar atento a fechar imediatamente a válvula do cilindro após a extinção das chamas, pois o metal quente poderá reacender a chama.
Água
A água se torna eficiente quando aplicada em forma de jato sólido sobre líquidos inflamáveis e combustíveis em chamas, porque estas substâncias flutuam, dando continuidade à vaporização e queima. A aplicação da água na forma de neblina é muito utilizada na extinção de incêndios de classe A.
Entretanto, devido à sua relativa abundância e possibilidade de cobrir áreas grandes, ela é muito utilizada em incêndios da Classe B, quando o líquido inflamável não se mistura, permitindo que a água fique flutuando na superfície, obtendo-se bons resultados.
A melhor forma de obter uma maior eficácia no uso da água é usar equipamentos ejetores que permitam a pulverização. Quanto mais pulverizada for a aplicação, maior será a área de aplicação e evaporação, permitindo retirar mais calor das chamas, isolar a entrada do oxigênio do ar para alimentar as chamas e garantir maior proteção dos bombeiros ou brigada de incêndio com relação ao calor emitido por elas.
A água poderá ser um agente extintor para incêndios da classe B se o líquido inflamável ou combustível for solúvel, formando uma mistura não inflamável. No entanto, não pode ser usada em incêndios da classe D.
Sendo assim, a água não será um bom agente extintor para todas as situações, sendo uma das razões dos estragos que esta faz ao ser utilizada. A água destrói circuitos elétricos, não sendo recomendada para incêndios da classe C. Entretanto, existem exceções, incêndios em transformadores podem ser combatidos com água pulverizada por meio de sistemas de aspersões, após o desligamento total do sistema e sem ter ninguém por perto.
Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis e situados ou protegidos de modo que não possam ser danificados. A rede de incêndio deve ser testada frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos.
Espuma
A espuma utilizada para combater incêndios é uma mistura gerada a partir de vários métodos, utilizando soluções aquosas de agentes espumantes líquidos concentrados. As espumas possuem menor densidade que os líquidos inflamáveis e combustíveis, permitindo que esta flutue sobre a superfície.
Se a espuma for direcionada para o fundo do recipiente em que se encontra o combustível em chamas ao invés de ser aplicada na superfície, esta condição pode não ser tão eficaz e gerar uma desvantagem. Nesta situação, ocorrerá a saturação da espuma, tornando sua aplicação ineficaz e perigosa, pois a água poderá evaporar por baixo do líquido. Isso criará uma bolha de vapor, gerando uma golfada que irá projetar líquido incandescente para fora do recipiente ou do local em que o mesmo está queimando.
Gás Carbônico (CO2)
O Dióxido de Carbono (CO2) é um gás não inflamável, liquefeito com pressão de vapor à temperatura ambiente. Possui todas as propriedades para caracterizá-lo como um bom agente extintor, pois não reage com a maioria das substâncias, não deixa resíduo, não danifica os equipamentos e possui sua própria pressão para descarga.
A eficácia do Dióxido de carbono está relacionada com a densidade deste, pois é 1,5 vezes mais pesado que o ar. Outra característica importante está relacionada ao fato de estar liquefeito, um litro de líquido se expande 500 vezes no ambiente.
O gás possui uma temperatura crítica em torno de 38°C. Isso significa que se o cilindro é exposto a uma temperatura ambiente maior que a temperatura crítica, todo o líquido passará ao estado gasoso, na proporção de um para 500 vezes o seu volume, resultando na abertura do disco de ruptura e na liberação total do conteúdo no ambiente. Por isso, os extintores devem ficar protegidos do sol, principalmente em regiões tropicais.
Devido à sua capacidade não condutora, o dióxido de carbono é muito indicado para a cobertura de riscos em que existem equipamentos elétricos. É um agente extintor eficaz para incêndios da Classe B e C, não conduz eletricidade, podendo ser utilizado em equipamentos de baixa tensão. Pode ser usado em alguns incêndios da Classe A, porém não será eficaz para os de Classe D.
Embora seja conhecido como um gás asfixiante, na realidade ele é um gás levemente tóxico. Por isso, o sistema de incêndio com acionamento automático em salas fechadas deve possuir sinalização do tipo: “Cuidado – Sistema de Combate a Incêndio CO2 – Risco de Asfixia” além de sinais sonoros e/ou luminosos indicando que o sistema foi acionado.
Desta forma, é fundamental conhecer cada um dos extintores e suas principais características a fim de evitar que acidentes maiores ocorram por utilizar as substâncias incorretas em determinados incêndios.
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Referências
ARAÚJO, Giovanni. Segurança na Armazenagem, Manuseio e Transporte de Produtos Perigosos: Gerenciamento de Emergência Química. 2. ed. Rio de Janeiro: GVC, 2005. v.1.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .