Importância e seleção dos EPI para proteção respiratória
Publicado por INBRAEP em 22 de novembro de 2019
Diversos ambientes de trabalho como construções e fábricas apresentam resquícios contaminantes no ar que podem prejudicar a saúde de um trabalhador quando inalados. Partindo desta observação e da necessidade de oferecer um local salubre para os trabalhadores, são fornecidos Equipamentos de Proteção Respiratória, mais conhecidos como respiradores.
Os respiradores previnem que o usuário se exponha à substâncias perigosas por meio da inalação e também ao ar com pouco oxigênio. No entanto, utilizar este equipamento é considerado o último recurso na hierarquia das medidas de controle e deve ser adotado somente após cuidadosa avaliação dos riscos.
Se durante a realização das atividades não for possível prevenir a exposição às substâncias perigosas, deve-se adotar outras medidas de controle que não o uso de respiradores, como substituir as substâncias por outras menos tóxicas, realizar a operação em espaço confinado, ventilar o local ou reduzir o tempo de exposição aos contaminantes.
Em algumas situações, as medidas de proteção coletivas que foram implementadas podem não ser suficientes, exigindo que sejam utilizados respiradores para fornecer maior proteção ao trabalhador. Modificar, mesmo que de forma pequena, o respirador pode trazer grandes complicações a respeito do seu desempenho e até invalidar sua aprovação, por isso, esses equipamentos devem obter certificado de aprovação e serem utilizados de acordo com os requisitos legais.
Os respiradores fornecem proteção contra contaminantes, que são agentes químicos ou biológicos presentes em um determinado ambiente que tenham algum potencial de causar efeitos prejudiciais ao organismo, dependendo de sua concentração no ambiente. Existem diversos tipos de contaminantes, que podem vir por meio de partículas sólidas, líquidas, gasosas ou até mesmo radioativas.
Dependendo da química envolvida em cada tipo de partícula, sua inalação em grande quantidade pode causar doenças respiratórias, alergias e irritações nas vias aéreas. Nos casos mais graves, a exposição prolongada pode levar a danos a diversos órgãos, convulsões e até a morte. Desta forma, é fundamental utilizar respiradores em ambientes que apresentam contaminantes para não ocasionar riscos à saúde durante a realização das atividades.
A seleção de um respirador exige o prévio conhecimento de cada operação para determinar os riscos que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou a classe de respirador que proporcione a proteção adequada. As principais características que precedem a escolha dos respirados são a avaliação dos riscos do ambiente de trabalho, a avaliação do limite de exposição e a análise da adequação do EPI em relação ao usuário, à tarefa e ao ambiente.
O respirador adequado à exposição a agentes químicos é aquele que faz com que o usuário esteja exposto a valores abaixo dos considerados aceitáveis. A avaliação da adequação do respirador à tarefa deve considerar fatores como a frequência e duração da tarefa, o nível de esforço físico, dentre outros. Esses fatores determinam questões como o tempo máximo que um respirador deve ser utilizado, a quantidade de ar respirável através da necessidade do usuário e a troca eventual de filtros.
Os respiradores não devem ser utilizados por pessoas com pelos faciais que impeçam a vedação correta do respirador, da mesma forma que o uso de outros EPI’s como capacetes e máscaras de solda também não devem interferir nesse processo.
A cobertura dos respiradores com vedação facial deve estar em contato direto com a face do usuário, que não deve utilizar nenhum tipo de acessório na região do rosto onde será feita a selagem do respirador. É importante que o trabalhador consiga ter uma boa visibilidade e se sinta confortável utilizando o EPI.
A avaliação do respirador em relação ao ambiente de trabalho deve considerar o seu uso em condições climáticas extremas. Os perigos não respiratórios também devem ser considerados, como a presença de fagulhas, abrasão ou compatibilidade eletromagnética no local.
Mesmo quando as substâncias prejudiciais estão dentro dos limites de exposição aceitáveis, alguns trabalhadores podem sentir necessidade do uso de respiradores a fim de obter um nível adicional de proteção ou conforto. Nestes casos, o empregador pode disponibilizar respiradores para uso voluntário ou permitir que os trabalhadores utilizem seus próprios respiradores, desde que se certifique de que o seu uso não acarretará novos riscos.
É importante lembrar que os respiradores para uso voluntário não serão os mesmos que os para uso em condições específicas, pois cada uma possui aspectos que devem ser considerados na seleção do tipo de respirador. Entre os equipamentos de proteção respiratória específicos podemos encontrar: respiradores adequados para atmosferas IPVS, espaços confinados, locais de pressão atmosférica reduzida e para operações de jateamento.
Desta forma, concluímos que a análise dos riscos nos ambientes onde os trabalhadores estarão realizando suas atividades é fundamental para garantir a escolha correta dos respiradores, fornecendo segurança de forma eficaz para os funcionários.
O INBRAEP – Instituto Brasileiro de Ensino Profissionalizante – possui o curso profissional de NR-06 sobre Equipamento de Proteção Individual. Neste curso, o profissional irá obter conhecimento sobre os diferentes tipos de técnicas e uso de equipamentos que irão garantir a sua proteção em situações específicas com suas determinadas exigências, garantindo, assim, sua eficiência e confiabilidade no trabalho e prevenção de possíveis riscos em diversas circunstâncias. Para mais informações, acesse o curso de NR-06.
Referências
Torloni, Maurício; Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores/coordenador técnico, Maurício Torloni; equipe técnica, Antonio Vladimir Vieira, José Damásio de Aquino, Sílvia Helena de Araujo Nicolai e Eduardo Algranti. – 4. ed. – São Paulo: Fundacentro, 2016. 209 p.
Torloni, Maurício; Programa de proteção respiratória: seleção e uso de respiradores/coordenação de Maurício Torloni; São Paulo: FUNDACENTRO, 2002.
OLIVEIRA, L. H. L.; REBOLO, M. D.; JACINTO, M. V. G.; CAVALCANTI NETO, M. T. O. Radioatividade das areias utilizadas na construção civil da cidade do Natal/RN. HOLOS, Mossoró – RN, ano 28, v. 5, p. 136-141, 2012.
LARA, A. R. Exposição a gases e substâncias químicas. In: MSD. Manual MSD. [S. l.], [20–].
Torloni, Maurício; Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores/coordenador técnico, Maurício Torloni; equipe técnica, Antonio Vladimir Vieira, José Damásio de Aquino, Sílvia Helena de Araujo Nicolai e Eduardo Algranti. – 4. ed. – São Paulo: Fundacentro, 2016. 209 p.
Torloni, Maurício; Programa de proteção respiratória: seleção e uso de respiradores/coordenação de Maurício Torloni; São Paulo: FUNDACENTRO, 2002.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .