Primeiros Socorros: Técnicas Para Transporte de Acidentados
Publicado por INBRAEP em 9 de dezembro de 2020
Você sabe como realizar o Transporte de Acidentados? Antes de entendermos as técnicas de transporte, é importante entendermos que remoção e transporte de acidentados são duas coisas diferentes. A remoção está relacionado a retirada de uma pessoa de um local que lhe oferece perigo, sendo assim, podemos considerar a remoção como um resgate, já o transporte da vítima é a atitude tomada após o resgate.
As técnicas para remoção e transporte de acidentados visam a proteção da vítima traumatizada, buscando evitar lesões secundárias, que são aquelas causadas após o trauma inicial. Por isso, é importante que as técnicas para remoção e transporte de acidentados sejam utilizadas por socorristas leigos somente em situações excepcionais, quando a vida do acidentado está em risco caso permaneça no local, como no caso um de incêndio ou desmoronamento.
O transporte também pode ser realizado em casos onde o acidentado esteja em uma zona muito afastada e que o contato com o Serviço Médico de Emergência esteja comprometido, como por exemplo, em situações de acidentes em matas ou em residências rurais muito afastadas onde não é possível entrar em contato com o resgate de urgência. No entanto, protocolos médicos alertam a jamais realizar movimentos desnecessários e que possam agravar mais o estado de saúde do acidentado, pois cada técnica de remoção e transporte requer habilidade e maneira correta para ser executada.
Técnicas de transporte
Em situações de acidentes em locais distantes, é comum ocorrer traumas como, entorses, luxações, picadas de animais, quedas ou outras situações em que a vítima tem dificuldade de caminhar e necessita de apoio, nestes casos, são recomendadas algumas técnicas de transporte do acidentado. Entre as técnicas de transportes, temos:
Transporte de apoio
Passa o braço do acidentado por trás da nuca do socorrista, que o segura com um de seus braços, passando seu outro braço por trás das costas do acidentado, em diagonal.
Transporte nas costas
Na técnica de transporte nas costas, é realizada apenas com um socorrista, este põe os braços sobre os ombros da vítima, por trás, buscando e segurando os braços do acidentado, ficando as axilas do acidentado sobre os ombros do socorrista. A pessoa que está socorrendo busca os braços do acidentado e os segura, carregando o acidentado arqueado, como se ele fosse um grande saco em suas costas.
Transporte cadeirinha
Neste transporte, os socorristas se posicionam de pé, ficando de frente um para o outro. Seguram firmemente o seu próprio punho direito com a mão esquerda e com a mão direita segura o punho esquerdo do companheiro, e com as mãos trançadas dos dois socorristas, formam uma cadeirinha. Em seguida, a vítima consciente é transportada sentada sobre esta cadeirinha, apoiando seus braços sobre os ombros dos socorristas
Transporte com lençol
Esta técnica de transporte é utilizada na ausência de uma maca de transporte, portanto, dobra-se uma manta, cobertor, lençol, toalha ou lona sobre dois paus, varas, canos, galhos de árvores ou cabos de vassoura resistentes. É necessário três socorristas voluntários de cada lado para realizar o transporte. Para colocar a vítima sobre o lençol, é preciso colocar este debaixo do corpo dela, para isto, dobra-se várias vezes uma das bordas laterais do lençol, de modo que ela possa funcionar como cunha. Coloca-se está cunha devagar para baixo da vítima, depois disso, é que se enrolam as bordas laterais sobre os cabos de auxílio para levantar e carregar a vítima.
A vítima é abraçada e levantada, de lado, até a altura do tórax das pessoas que a estão socorrendo. O membro afetado deve sempre ficar para o lado do corpo das pessoas que estão socorrendo, a fim de melhor protegê-lo. Havendo três pessoas, por exemplo, eles se colocam enfileirados ao lado da vítima, que deve estar de abdômen para cima. Abaixam-se apoiados num dos joelhos e com seus braços a levantam até a altura do outro joelho, para depois ficarem de pé e realizarem o transporte da vítima.
Transporte pelas extremidades
Neste transporte um socorrista se posiciona ajoelhado junto à cabeça da vítima, enquanto o outro socorrista se ajoelha ao lado da vítima ao nível de seus joelhos, o primeiro socorrista levanta o tronco da vítima e o segundo socorrista a traciona pelos braços em sua direção. Em seguida, o primeiro socorrista apoia o tronco da vítima, passando seus braços sob suas axilas e o segundo socorrista segura a vítima pelos membros inferiores, passando suas mãos pela região poplítea da perna. A vítima é erguida em um movimento sincronizado pelos dois socorristas e o transporte da vítima é efetuado no sentido de suas extremidades inferiores.
Remoção de vítima com suspeita de fratura de coluna (consciente ou não)
A remoção de uma vítima com suspeita de fratura de coluna ou de bacia e/ou acidentado em estado grave, com urgência de um local onde a maca não consegue chegar, deverá ser efetuada como se seu corpo fosse uma peça rígida (transporte em bloco), levantando, simultaneamente, todos os segmentos do seu corpo, deslocando o acidentado até a maca.
Atenção: Vale ressaltar que o resgate ou transporte de acidentados em estado grave ou incerto (quando não se sabe o estado do acidentado, como por exemplo, em um acidente de moto ou uma queda, em que a vítima pode apresentar fraturas ou rompimento das vértebras e não ser visível para o socorrista) deve ser realizado apenas em último caso.
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Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Primeiros Socorros. 1°Ed. Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2003.
DECKERS, Clínica. O Resgate e o Transporte de Vítimas. Orientações Médicas. São Paulo, 1990.
GOVERNO, do Estado de São Paulo. Manuais Técnicos de Bombeiros. 1°Ed. São Paulo, 2006.
ICRC, International Committee Of The Red Cross. Cruz Vermelha Brasileira, Caderno nº 2, capítulo 10, 1973.
ORGANIZATION, World Health. Global Status Report On Road Safety 2018. Ed. 2018.
SOARES, Flávia. Primeiros Socorros. IFcursos. Ed.: 2013-1. Curitiba, 2013.
CBMEG, Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Manual operacional de bombeiros: resgate pré-hospitalar /. – Goiânia: – 2016.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .