Graus de queimadura e extensão corporal
Publicado por INBRAEP em 24 de setembro de 2019
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, responsável pelo revestimento externo do corpo, funciona como barreira mecânica à invasão de micro-organismos, bem como, auxilia no equilíbrio hídrico e na regulação da temperatura do corpo, sendo anatomicamente estruturada em 3 camadas de tecido distintas, sendo elas:
Epiderme: é a camada mais externa da pele.
Derme: constitui em torno de 95% da espessura da pele. e
Hipoderme: é a camada abaixo da derme.
Mesmo sendo revestida de 3 camadas, a pele está exposta a diversos riscos, e entre eles estão as lesões causadas pela temperatura, neste caso, queimaduras. As queimaduras são lesões frequentes e a quarta causa de morte por trauma, mesmo quando não levam a óbito, as queimaduras severas produzem grande sofrimento físico e requerem tratamento que dura meses, e em alguns casos, até anos.
As queimaduras são feridas traumáticas causadas na maioria das vezes, por, agentes químicos, físicos e biológicos. As queimaduras, principalmente as térmicas, classificam-se de acordo com a profundidade da lesão: de primeiro, segundo e terceiro graus. Essa classificação é importante porque direciona desde o atendimento pré-hospitalar até o definitivo no centro de queimados. A avaliação da profundidade da lesão se faz apenas por estimativa, muitas vezes, a real profundidade da lesão só se revela depois de alguns dias.
Essas queimaduras atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
A respeito da profundidade, elas se dividem apresentando as seguintes características:
Primeiro grau
Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, os sintomas são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram no intervalo de 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas.
Segundo grau
De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, o segundo grau é dividido atualmente em 2º grau superficial e 2º grau profundo. A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau, incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas, não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro.
As queimaduras de 2º grau profundas tem risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. A pele pode ficar seca e perder seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes.
Terceiro grau
Queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de transplantes.
Devido à lesão nervosa, o estímulo de dor é pouco percebido, porém, ao redor de queimaduras de 3° grau, haverá queimaduras de 1° e 2° grau, que frequentemente serão motivos de fortes dores.
Extensão
A extensão da queimadura, ou a porcentagem da área da superfície corporal queimada, é um dado importante para determinar a gravidade da lesão e o tratamento a ser instituído, tanto no local do acidente quanto no hospital. Utiliza-se para esse cálculo a “regra dos nove”, nele são consideradas apenas as áreas queimadas com profundidade de segundo e terceiro graus.
O resultado obtido é aproximado, mas suficiente para uso prático, as crianças menores de 10 anos apresentam, proporcionalmente, cabeça maior que a dos adultos, então essa regra altera a porcentagem da cabeça e de cada membro inferior.
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Referências
CORPO DE BOMBEIROS DE GOIÁS. Resgate Pré-Hospitalar. Goiás: [s. n.], 2016.
CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ. Manual de Atendimento Pré-Hospitalar. Curitiba: [s. n.], 2006.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUEIMADURAS. Queimaduras conceito e causas. [S. l.], 2015.
SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU. Manual de Primeiros Socorros para leigos. Porto Alegre: [s. n.], 2013.
SIVIERO DO VALE, Everton Carlos. Educação Médica Continuada. Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista, Minas Gerais, 2005.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. Queimaduras: Diagnóstico e Tratamento Inicial. Projeto Diretrizes, [S. l.], p. Pg 5, 9 abr. 2008.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .