Doenças ocupacionais
Publicado por INBRAEP em 28 de março de 2022
Você sabe o que são doenças ocupacionais?
Desde 1991, a definição de acidente do trabalho no Brasil também considera como acidente as doenças profissionais produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e as doenças do trabalho adquiridas ou desencadeadas em razão de condições especiais de trabalho.
As doenças ocupacionais são adquiridas através da exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais físicos, químicos, biológicos e ergonômicos em situações acima do limite de tolerância. Normalmente, elas ocorrem após vários anos de exposição e algumas delas podem surgir mesmo depois que o trabalhador se afasta do agente causador.
Alguns fatores influenciam no desenvolvimento da doença ocupacional, como o tempo de exposição ao agente, a concentração do agente no ambiente laboral e as suas características específicas, os quais contribuem para potencializar a agressividade do agente ao trabalhador, porém a suscetibilidade individual também pode determinar o aparecimento ou agravamento das doenças ocupacionais.
Doenças ocupacionais por exposição à vibrações
Um dos agentes físicos são as vibrações, em que a ação repetida desse movimento no corpo pode sobrecarregar e prejudicar não somente o sistema nervoso periférico, mas também o sistema nervoso central. O trabalhador precisa estar exposto à vibração por vários anos para que ocorram mudanças em seu estado de saúde, como uma sensação de desconforto e mau humor, má influência no desempenho ou oferecer risco à saúde e segurança. Alguns efeitos mais danosos provocados pela vibração, são:
- Perda do equilíbrio, simulando uma labirintite, além de lentidão de reflexos;
- Manifestação de alteração no sistema cardíaco, com aumento da frequência de batimentos do coração;
- Efeitos psicológicos, como a falta de concentração para o trabalho; e
- Apresentação de distúrbios visuais, como visão turva.
Doenças ocupacionais ocasionadas por exposição aos Solventes
Solventes são agentes químicos, com toxicidade variável para o ser humano. Alguns produtos são inflamáveis e alguns deles devem ser utilizados dentro de normas rígidas de segurança por serem muito tóxicos e com potencial cancerígeno já conhecido. Os solventes são geralmente utilizados:
- Para remoção de gordura, graxa, tinta e sujidade;
- Como diluidores de tintas, vernizes, esmaltes, pesticidas, resinas; e
- Para limpeza a seco de tecidos, tapetes e roupas.
Para o risco químico, vamos tratar da exposição ao benzeno, que é um hidrocarboneto líquido, incolor, com odor agradável e altamente inflamável. A intoxicação ocupacional pode ocorrer por via respiratória ou dérmica, ou seja, pela aspiração de vapores ou pelo contato com a pele e sua toxicidade pode ser aguda ou crônica.
Nos sintomas agudos o benzeno pode provocar edema pulmonar em inalação a altas concentrações por ele ser irritante. Outros efeitos estão relacionados à intoxicação do sistema nervoso central, causando, de acordo com a quantidade absorvida, a alteração do estado de consciência seguido de sonolência, tonturas, náuseas, taquicardia, dificuldade respiratória, tremores, convulsões e morte. Adulterações neuropsicológicas e neurológicas também podem surgir como alterações da:
- Atenção;
- Memória;
- Habilidade motora; e
- Raciocínio lógico.
Todos os trabalhadores expostos ao benzeno e que manifestarem alterações hematológicas, ou seja, alterações sanguíneas, devem ter acompanhamento médico e serem afastados da exposição ao benzeno, não sendo permitida a reexposição.
De um modo geral, todas as doenças ocupacionais são possíveis de prevenir, iniciando pela higiene ocupacional que é a ciência e arte dedicada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais originados nos locais de trabalho e passíveis de causar danos à saúde dos trabalhadores.
Reconhecer os agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores é a primeira etapa, em seguida, é realizada a avaliação desses agentes, que pode ser qualitativa ou quantitativa. Na terceira etapa são realizadas as medidas de controle dos agentes ambientais reconhecidos e avaliados pelos processos anteriores.
É importante que fique claro que as doenças aqui citadas são somente para melhor esclarecimento de como cada agente de risco pode atuar prejudicando a saúde e segurança dos trabalhadores, existem ainda diversas consequências às exposições inadequadas. Por isso, é essencial que as medidas preventivas e de controle sejam devidamente aplicadas para que os colaboradores não sejam prejudicados.
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Referências
1 – Moraes, Márcia Vilma Gonçalves de. Doenças ocupacionais – agentes: físico, químico, biológico, ergonômico. 2. ed. — São Paulo: Érica, 2014.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .