Afogamentos – Primeiros Socorros e Prevenção
Publicado por INBRAEP em 10 de outubro de 2019
Ao contrário do que todos pensam, a vítima de afogamento não acena com a mão e muito menos chama por ajuda, principalmente o sexo masculino no qual o afogamento é mais frequente. Normalmente, o banhista encontra-se em posição vertical, com os braços estendidos lateralmente, batendo com eles na água sem a menor técnica de natação ou flutuação. A vítima pode submergir e emergir a cabeça diversas vezes enquanto está lutando para se manter acima da superfície.
Por isso, é importante ser muito cauteloso ao tentar salvar o banhista, quando uma pessoa está se afogando, sua tendência é desesperar-se e segurar em quem está tentando salvá-la, podendo ocasionar outro afogamento.
Nesses casos, é fundamental jogar algo para que ela se segure, como boias, garrafas pet ou isopor, oferecer objetos longos que alcancem a vítima ou orientar como ela pode sair daquela situação, por exemplo, escolhendo uma direção melhor para nadar, técnicas de flutuação e até mesmo acalmá-la dizendo que o socorro está vindo.
A respeito do suporte básico de vida ainda na água, é de extrema importância que ele seja feito de forma eficiente, primeiramente é necessário verificar se vítima está consciente ou não, pois o resgate se estabelece de jeitos diferentes dependendo da situação.
Se a vítima estiver respondendo é só levá-la até a área seca sem demais cuidados, mas se não reagir, nem mesmo às ventilações, é possível que esteja em parada cardio-respiratória, então o socorrista deve levá-la até a área seca, e se tiver experiência para realizar a massagem cardíaca, pode realizá-la enquanto aguarda o socorro.
Deve-se levar em conta a consciência da vítima quando for retirá-la da água, mas para evitar vômitos e demais complicações nas vias aéreas, é recomendado que o transporte seja na posição vertical. Em caso de transporte de uma vítima exausta, confusa ou inconsciente, ele deve ocorrer em posição mais próxima possível da horizontal, porém, a cabeça se mantém acima do nível do corpo. As vias aéreas devem permanecer abertas durante todo o tempo.
A presença de vômito nas vias aéreas pode impedir a oxigenação, e também, desencorajar o socorrista a realizar a respiração boca-a-boca. Outro ponto importante, é que a manobra de compressão abdominal (Heimlich) nunca deve ser realizada como meio para eliminar água dos pulmões, pois é ineficaz e gera riscos significativos de lesão, ela só deve ser uma opção quando houver forte suspeita de obstrução de vias aéreas por corpo estranho.
Se a vítima estiver consciente, é só colocá-la na horizontal mas com a cabeça elevada, sem mais cuidados, como já citamos. No caso de estar respirando, porém, inconsciente, a vítima deve ser colocada em posição lateral, enquanto aguarda o socorro, pois as tentativas de retirar a água são proibidas já que podem prejudicar o banhista.
Existem algumas classificações dos afogamentos, entre elas estão: o resgate, grau 1,2,3,4,5,6 e cadáver por afogamento. Elas definem o nível de risco de morte que o afogado apresenta facilitando a percepção dos sintomas para que o socorrista saiba o que fazer naquela situação específica.
Devemos ressaltar que, se o socorrista não souber realizar a ressuscitação cardio-pulmonar (RCP) ou as ventilações após o resgate ele só deve acionar o socorro, se não se sentir seguro de realizar o resgate e conseguir avistar guarda-vidas próximo a área do incidente, é preciso comunicar o afogamento ou simplesmente identificar o afogado e acionar o socorro.
Existem casos descritos de sucesso na reanimação de afogados após 2 horas de manobras e casos de recuperação sem danos ao cérebro até 1 hora de submersão. O socorrista pode interromper a RCP, se houver resposta e retornar à função respiratória e os batimentos cardíacos, em caso de exaustão dos socorristas, ou ao entregar o afogado a uma equipe médica.
Quando tratamos do suporte avançado, devemos lembrar que ele é mais recomendado para médicos, bombeiros e salva-vidas, um socorrista leigo com treinamento em primeiros socorros não é capaz de realizar com eficácia, pois necessita de alguns equipamentos e aprofundamento nas práticas.
As medidas de prevenção são as de maior importância na redução da mortalidade por afogamento e as de menor custo. Estas ações são baseadas em advertências e avisos a banhistas e outros no sentido de evitar ou ter cuidado com os perigos relacionados ao lazer, trabalho, ou esportes praticados na água, além de resultar na redução da mortalidade.
Portanto, a melhor solução é a prevenção para evitar afogamentos, e algumas importantes medidas devem ser tomadas, podemos citar entre elas:
– Evite nadar em locais desconhecidos
– Não desafie a força das correntezas;
– Não faça uso de medicamentos ou bebida alcoólica antes de nadar;
– Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo;
– Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso;
– O colete salva-vidas, é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos.
Desta forma, podemos concluir que qualquer um pode se tornar uma vítima de afogamento, sabendo nadar ou não, por isso, todo cuidado é necessário para evitar que mais pessoas se prejudiquem pelas sequelas que podem vir após o resgate ou se tornem mais uma vítima da fatalidade.
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Referências
SZPILMANN, David. AFOGAMENTO. [S. l.], 2013.
SZPILMANN, David. Afogamento na infância: epidemiologia, tratamento e prevenção. São Paulo. 2013.
SZPILMANN, David. Manual Emergências Aquáticas. Rio de Janeiro, 2013.
SZPILMANN, David. Diretriz de Ressuscitação 2017 – AFOGAMENTO. Rio de Janeiro, 2017.
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .