Primeiros Socorros diante de uma Parada Cardiorrespiratória – PCR
Publicado por INBRAEP em 11 de novembro de 2019
Você sabe o que é uma parada cardiorrespiratória e como ela ocorre? A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é a interrupção da circulação sanguínea devido à suspensão inesperada dos batimentos cardíacos, sendo a cessação súbita das funções respiratórias e cerebrais, comprovada pela ausência de pulso central, carotídeo ou femoral, de movimentos respiratórios ou respiração agônica, e a presença de inconsciência do paciente.
A PCR pode ser de origem cardíaca, respiratória, metabólica ou traumática onde provoca um colapso na circulação sanguínea e, para reverter esse quadro, foi desenvolvido o método de Ressuscitação Cardiopulmonar – RCP, que se refere às tentativas de recuperar a circulação espontânea, sendo sua aplicação universal.
Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer de três ritmos cardíacos diferentes sendo: a fibrilação ventricular, atividade elétrica sem pulso e assistolia. Quando identificados qualquer um destes casos, devemos rapidamente iniciar as manobras de ressuscitação cardíaca.
Ao falar de primeiros socorros em casos de Parada Cardiorrespiratória, automaticamente estamos falando de Suporte Básico de Vida – SBV. Este suporte implica em medidas iniciais e imediatas aplicadas à vítima de mal súbito ou trauma, fora do ambiente hospitalar, onde são realizadas ações na tentativa de manter os sinais vitais permitindo ganhar tempo até à chegada de um socorro especializado, capaz de instituir procedimentos de Suporte Avançado de Vida – SAV.
As ações iniciais do Suporte Básico de Vida são realizadas por leigos capacitados, e, no caso de Parada Cardiorrespiratória, o suporte considera a circulação artificial. Já a desobstrução das vias aéreas e ventilação devem ser feitas somente se o socorrista leigo se sentir preparado para executar, contando ainda com a desfibrilação precoce quando obter disponibilidade do equipamento.
Porém, os primeiros socorros requerem alguns cuidados iniciais como:
- Segurança do local;
- Avaliação da responsividade e da respiração;
- Chamar ajuda;
- Checar o pulso; e
- Realizar compressões torácicas.
A importância do reconhecimento rápido da PCR, bem como a iniciação da RCP precocemente se dá pelo fato de que a falta de oxigenação decorrente da PCR gera, conforme passam os minutos, lesões irreversíveis no tecido cerebral e cardíaco, causando a morte da vítima.
Nestes caso, os procedimentos formam uma cadeia de atos que somam ações em conjuntos, não é um passo a passo onde você inicia um procedimento, finaliza, depois inicia outro. Nessa cadeia soma-se as ações, fazendo uma, duas ou três coisas ao mesmo tempo.
Como já vimos, o primeiro passo sempre é avaliar a cena, pois a prioridade é a sua segurança e das demais pessoas. Após avaliada a situação e o ambiente, é só se aproximar da vítima, tentar despertá-la e se ela responder é preciso se apresentar e conversar com ela perguntando se precisa de ajuda.
Se a vítima não responder, deverá ser avaliada sua respiração observando se há elevação do tórax, caso a vítima esteja respirando é necessário ficar ao seu lado e aguardar para ver sua evolução, e se for preciso, chamar ajuda. Se a vítima não estiver respirando ou estiver somente com respiração agônica, chame ajuda imediatamente.
Com as evidências de inconsciência e falta de respiração já podemos caracterizar que estamos presenciando uma parada cardiorrespiratória, mas caso se sinta preparado, ao mesmo tempo em que estiver verificando a respiração, veja se a pessoa apresenta pulsação.
O procedimento indicado em pessoas inconscientes é verificar o pulso carotídeo situado no pescoço. Para isso, posicione os dedos indicador e médio na parte macia e oca da lateral do pescoço, que é onde fica a artéria carótida.
Podemos dizer que até aqui, estas são ações padrão de qualquer situação de emergência que apresente vítima inconsciente e possivelmente com parada cardiorrespiratória, porém, haverá diferentes situações que exigirão outros procedimentos como, por exemplo: quando o socorrista leigo estiver sozinho ou haver dois ou mais socorristas e até mesmo quando estiver disponível ou não o DEA.
Em relação as ventilações, o socorrista leigo dificilmente terá alguma das válvulas utilizadas pelo suporte avançado, por esse motivo, é necessário conhecer os procedimentos relativos a respiração boca a boca. Para fazer a ventilação artificial boca a boca, o primeiro passo a realizar é a abertura das vias aéreas, levantando o queixo da vítima.
Em seguida, deve-se fechar o nariz da vítima enquanto o queixo dela permanece inclinado para cima, para então tapar completamente a boca da vítima com a sua. Após isso, é só soprar forte por um segundo inteiro na boca da vítima. Nos casos de Parada Cardiorrespiratória, o protocolo para profissionais capacitados é que intercale 30 compressões com 2 respirações.
Podemos concluir que a Parada Cardiorrespiratória é uma situação que requer atuação rápida e imediata, e devido à quantidade de incidentes e o grau de letalidade desta condição podemos perceber a importância de estar preparado dispondo de conhecimentos que permitam prestar um atendimento adequado a vítima, realizando o procedimento de ressuscitação cardiopulmonar, para assim, aumentar as chances de sobrevida da vítima.
O INBRAEP – Instituto Brasileiro de Ensino Profissionalizante – possui o curso profissional de Primeiros Socorros. Neste curso, o profissional irá obter conhecimento sobre os diferentes tipos de procedimentos a serem realizados diante de acidentes ou emergências, que irão contribuir para a proteção e saúde das vítimas e colaborar com a prevenção de riscos. Para mais informações, acesse nosso curso de Primeiros Socorros.
Referências
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Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). . Santa Catarina: Equipe INBRAEP, . Disponível em: . Acesso em: .
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